segunda-feira, 30 de abril de 2012

ENTENDENDO A PARALISIA CEREBRAL

      



Oi pessoal.

Quando falamos em Paralisia Cerebral (PC), sempre surgem muitas dúvidas em relação ao diagnóstico e as condições físicas dos portadores. Quando comento que trabalho com dança junto à crianças e adolescentes portadores de Paralisia Cerebral, é comum pessoas questionando "como isso é possível?" ou "mas eles conseguem?", por não saberem corretamente quais são as alterações físicas que ocorrem em portadores da PC.

 A paralisia Cerebral é uma desordem motora, resultante de uma lesão não progressiva ou de efeito da imaturidade do cérebro, que pode ocorrer no útero, no nascimento ou nos primeiros anos de vida da pessoa. A criança portadora de PC apresenta problemas relacionados à habilidade motora grossa e a outros aspectos do desenvolvimento, para os quais não existe tratamento curativo. Os tratamentos convencionais específicos visam a melhora da condição física e da qualidade de vida.


O primeiro fator fisiopatológico da PC é o impedimento efetivo e eficiente da marcha (caminhada), resultante da restrição no aumento da espasticidade (cujo fator desencadeante é uma lesão no sistema nervoso central que provoca perda da inibição descendente, gerando impulsos nervosos anormais o que afeta determinados grupos musculares, interferindo na transferência de peso e na harmonia do movimento, levando a alterações posturais estáticas e dinâmicas). A evolução da marcha depende de um tratamento no qual permita-se a estabilidade e a harmonia de movimentos, integrando tronco e membros superiores à atividade dos membros inferiores.

As terapias para a evolução da marcha na criança com PC incluem desde o tratamento tradicional (terapia física) até outras terapias complementares e alternativas. Nesse contexto, o método que utiliza a dança explora movimentos aleatórios que contribuem para estimular a motricidade, através do ritmo musical e da execução do movimento corporal. Assim, crianças e jovens têm na dança a possibilidade de desenvolver funções motoras que possam ajudá-los efetivamente na evolução da marcha, integrando o corpo e seus movimentos.

 Importante ressaltar que os comprometimentos cognitivos (intelectuais) nem sempre estão associados. Muitas vezes as crianças com paralisia cerebral apresentam apenas comprometimentos motores com preservação da capacidade de compreensão. Desta forma as crianças e adolescentes que se submetem às aulas de dança conseguem interagir com o meio e superar-se fisicamente.

Além das dos benefícios físicos que a dança proporciona às crianças e jovens com PC, há também que se considerar os aspectos emocionais, que são extremamente favorecidos neste método de trabalho. Mas isso ficará para uma próxima conversa!

(Fonte: Pré-Projeto de Mestrado da Fisioterapeuta Joseana Wendling Withers)

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